CONVIDADO VIP
Acho engraçado a magoazinha ressentida de certas pessoas quando não são convidadas para determinado evento. Pode ser uma pré-estréia, um passeio de saveiro, uma festinha de aniversário ou um churrasco na laje. Não foi convidado, pronto, arma-se o bico, começa o chororô. Sem contar aqueles que, ao se saberem esquecidos, mobilizam seus exércitos, apelam para as cavadinhas, as indiretas e até empenham-se em penetrar onde não foram chamados. É duro, apesar de todas as evidências a respeito de sua insignificância, ou, pelo menos, de sua pouca importância, descobrir que não se é um convidado VIP: isso faz enormes estragos no ego dos mais imbecis. No entanto, diariamente, quando somos convidados para desfrutar do mais maravilhoso encontro, da mais bela festa, nem por isso vê-se o mesmo contentamento demonstrado por aqueles que, diante de uma fila de desafortunados, ostentam um passe-livre, um crachá ou uma pulseirinha. Quando o Padre diz, na missa, “Felizes os convidados para a Ceia do Senhor”, não se percebe a frustração nem o ranger de dentes dos excluídos da comunhão, nem a alegria (a felicidade proclamada) dos eleitos. Talvez seja o caso de se refletir sobre nossos valores. O que vale mais: um lugar na primeira fila ou poder estar na presença de Senhor?
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