O pecado mora ao lado

Este é um blog religioso. Irreverente, mas religioso. Religioso, mas irreverente. Neste espaço, quero discutir a delicada questão do pecado. Não desejo lançar culpas sobre ninguém, apenas refletir sobre o assunto. Estão publicados aqui também alguns textos que produzi para O Redentor. (Carlos Eduardo Melo)

terça-feira, setembro 19, 2006

Mulheres no altar


ELAS COORDENAM GRUPOS COM EFICIÊNCIA, PREGAM UNGIDAMENTE, PODEM CHEGAR A SER MADRES, FREIRAS, MINISTRAS DA EUCARISTIA, CATEQUISTAS E, AINDA, CUIDAR DA OBRA DO TABERNÁCULO. MAS SACERDOTISAS, NANANINANA, ISSO ELAS NÃO PODEM SER. O QUE HÁ DE VERDADEIRO OU FALSO, DE CERTO OU ERRADO NESSA POLÊMICA QUESTÃO DA FIGURA DA MULHER NA HIERARQUIA DA IGREJA?
Aqui mesmo em nossa paróquia não seria tão difícil escalar 11 mulheres de reputação ilibada, notável saber teológico e extensa lista de ações de caridade e em favor do bem-comum. Nenhuma delas, porém, pode almejar, um dia, tornar-se uma sacerdotisa, ao menos da Igreja Católica Apostólica Romana. Por que isso continua prevalecendo, em pleno século XXI? Conjecturando, talvez tenha a ver com a questão da maternidade - ainda hoje, tempo de mulheres livres e emancipadas, a mãe (ou seria o filho?) de todos os sonhos femininos - questão impossível de conciliar com os votos de castidade. E, bom, aí já estaremos entrando noutro campo igualmente complicado, que é o celibato.
Mas ou será que não é nada disso?
- Não, não é exatamente isso. O que acontece é que, a partir do momento em que Jesus escolheu doze homens para dar continuidade à sua missão, estava iniciando uma tradição de dois mil anos, que continua até os dias de hoje com os padres. Esse é o motivo pelo qual a Igreja não aceita a ordenação de mulheres. Os padres continuam seguindo as ordens de Jesus, de perdoar os pecados, batizar e de estar à frente da própria Igreja.
Então não tem nada a ver com a hora da novela?
- Não. Na época de Jesus, essa escolha deu-se dentro de um contexto social, em que não era reservado às mulheres esse tipo de função. Nos dias de hoje, porém, elas ocupam posição de destaque, tendo fundado importantes congregações. Convém lembrar que, mesmo oficialmente não ocupando cargos no grupo em que Jesus formou, as mulheres sempre mereceram dele uma atenção especial – explica Paulinho Melo, formado em Teologia e professor de Religião do colégio Sion.
Pegando uma carona no Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, levantamos alguns pontos sobre o assunto, que, esperamos, possam suscitar saudáveis discussões (Não fofocas. E nem durante as missas, por favor). Vale até tentar você fazer a sua lista das 11 titulares desse time imaginário.
Que as mulheres ocupam, hoje, lugares destacados em nossa sociedade, ninguém contesta. Mas como seria uma missa celebrada por uma sacerdotisa?
- Não ia dar certo. Se padre bonitão atrai a mulherada, como ia ser se a sacerdotisa fosse a maior gata? Invejosas como elas são, a maioria ia chiar e inventar fofoca, nunca os avisos paroquiais seriam tão quentes – dispara Oscar L. Alves, após a missa das 18 horas, soltando uma risada. - Sem contar que ia ser difícil pra elas guardar um segredo de confissão, né?
Maldade do paroquiano. Mas seguindo essa linha de raciocínio, dá para imaginar como seria uma típica sacerdotisa? Será que ela usaria uma minibatina no estilo pretinho básico? E se estivesse com TPM, como seria sua homilia?
Enfim, se a questão é de tradição, parece que qualquer mudança vai demorar. Então, para a mulher conseguir ter algum destaque na hierarquia da Igreja só se quiser ser mula-sem-cabeça.
Na verdade, este é um assunto em que cabem muitas argumentações e ninguém pretende que se encerre aqui. Afinal, por que há beatas e santas e nenhuma delas foi sacerdotisa, se nem todo padre é santo? Ou alguém duvida que Irmã Paulina, Madre Tereza de Calcutá e Santa Tereza D’Ávila teriam sido excelentes sacerdotisas?

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Lamentável, lamentável...É triste ver como o universo feminino, no in(ou con)sciente de alguns se resume a novela, fofoca, inveja e incapacidade de guardar um segredo. Lamentável o tom jocoso que, antes de distrair, reitera piadinhas fáceis sobre TPM, vestidinho curto etc. Aliás, tendo em vista as ilustrações adolescentes do blog, não admira a superficialidade e o raso da argumentação exposta. Ainda que se entenda a razão histórico-social para a escolha de 12 homens há 2000 anos atrás, há que se analisar e refletir que, o fundamento básico e precípuo para tal escolha já não é realidade hoje. Quer dizer, ao que me conste, apedrejar adúlteras, p.ex., não é mais hábito na cultura ocidental. Mas a opressão feminina ainda ecoa nas bárbaries do Talibã, também por exemplo - apenas para lembrar aos incautos que acham graça em comentários sexistas, racistas e afins. Só nos resta orar e pedir a Deus que os homens deixem, de fato, soprar o Espírito. Que o Espírito sopre onde queira e nos traga as verdadeiras Novidades do querer do Senhor. Amar a Ele sobre todas as coisas. E ao próximo (ou a próxima) como a si mesmo.

10:02 PM  
Anonymous Anônimo said...

Beatriz,
Tendo em vista o mau humor presente no seu triste comentário, não admira que seja obra de uma pobre alma rancorosa. Enquanto isso, espere sentada pelo dia em que uma mulher poderá ser sacerdotisa. Mas lembre-se: se estiver de vestidinho curto, não abra nem cruze as pernas, tá?

1:52 PM  
Anonymous Anônimo said...

Amigos,
Não briguem por minha causa.
Dona Beatriz, acolho suas críticas, mas entenda que o referido texto foi escrito para uma seção de jornal denominada "Polêmica" - coisa, aliás, que, indiscutivelmente, a matéria conseguiu causar, a julgar pela repercussão provocada.
Agora, caro Papa Doc, obrigado por sua defesa, de admirável espírito sardônico, mas não quero que este espaço se transforme num ringue de luta livre. Afinal, estamos num blog religioso (irreverente, mas religioso).

12:06 PM  
Anonymous Anônimo said...

Não entendi a polêmica. Não é verdade que muitas mulheres são assim mesmo? O texto tem mesmo um ranço machista, mas sinceramente não me ofendeu.

11:35 AM  

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