O pecado mora ao lado

Este é um blog religioso. Irreverente, mas religioso. Religioso, mas irreverente. Neste espaço, quero discutir a delicada questão do pecado. Não desejo lançar culpas sobre ninguém, apenas refletir sobre o assunto. Estão publicados aqui também alguns textos que produzi para O Redentor. (Carlos Eduardo Melo)

quinta-feira, julho 20, 2006

Em nome do padre

Sábado no adro

O horário do fim da aula de catecismo sempre produzia uma espécie de recreio no adro da igreja de Santo Afonso, na Tijuca. As crianças corriam, brincando de pique, enquanto os pais, em grande maioria mães, aliás, conversavam. Naquele sábado, mais uma vez, tudo acontecia igual.
De “altos”, interrompendo sua participação no “pique-tá”, um menino foi fazer xixi atrás da estátua do Belletable, o fundador da Liga Jesus-Maria-José. No mesmo lugar, não fazendo xixi, mas também meio que escondido, ele viu um sujeito de aparência estranha, feio, pardacento, barba por fazer. E o mais curioso: carregando na cintura uma enorme peixeira que ia até quase ao joelho.
Ainda com a preciosa imunidade do “altos”, o menino foi para junto do velho e bom amigo, o irmão Josaphá e contou o que havia visto. Ele ficou preocupado. Avistou o sujeito e confirmou, era de fato um tipo muito esquisito e, pior, estava mesmo armado.
Foram imediatamente tocados do adro pelo prudente irmão. Naquele momento, os noivos de um casamento que acabara de se realizar vieram saindo da igreja, sob aquela tradicional chuva de arroz. Apesar da preocupação, as crianças, algumas acompanhadas das mães, se detiveram por um instante na calçada em frente à igreja para verem a noiva. Foi o tempo de presenciarem algo terrível e inusitado.
O sujeito feio e esquisito se aproximou dos noivos e, com um gesto brusco, tentou acertar um golpe de peixeira na noiva. Um dos convidados que estava próximo percebeu a ação, tentou impedir e acabou levando uma facada no pescoço.
As pessoas gritaram. Uma poça de sangue logo se formou no chão do adro.
Com a peixeira em punho, o sujeito avançou novamente em direção ao casal. Os convidados, com medo, se encolheram. Quando se preparava para desferir novo golpe, veio a surpresa. O padre que havia acabado de celebrar o casamento saltou de cima de um carro e caiu sobre o criminoso. A briga durou poucos segundos. Já com a ajuda dos demais, o sujeito foi dominado e acabou preso pela polícia que logo foi chamada.
Aos olhos arregalados do menino que fora o primeiro a desconfiar do sujeito e que assistira a tudo da calçada, a lâmina subindo, depois descendo com força, o sangue, os gritos, a briga, diante de sua inocência infantil, aquele padre voador ganhou para sempre aura de super-herói.

terça-feira, julho 18, 2006

Trabalho voluntário

Imagine a cena: o terrível facínora Armandinho Beira-Rio, traficante e homicida de renome internacional, é conduzido ao fórum para o seu definitivo julgamento, com reforçada escolta de enorme contingente policial. Durante o percurso, milhares de pessoas se aglomeram nas calçadas para assistir à passagem do comboio que traz preso o grande líder de diversas comunidades. Lá pelas tantas, em plena Avenida Presidente Vargas, o velho camburão cansado de guerra que conduz o perigoso meliante subitamente enguiça. O que faz então o zeloso oficial responsável pela guarda do bandido? Ele salta da viatura e olha em volta, aborrecido, limpa a testa gordurosa na manga da farda e escolhe aleatoriamente um pobre infeliz que, sem nada melhor para fazer, acompanhava o cortejo. “Ei!”, ele diz. “Ajuda a empurrar o camburão!”
Com as devidas ressalvas, foi mais ao menos assim que aconteceu com o bravo Simão, o Cirineu, que entrou para a história como o homem que, “voluntariamente”, ajudou Jesus a carregar a cruz até o monte Calvário.
Claro, a abordagem acima, certamente exagerada e um tanto jocosa, tem uma razão: analisar um conflito que existe, ainda que de forma velada, e que deve ser tratado sempre com muito cuidado, porque ninguém quer passar por estrela, por mascarado ou por interesseiro perante a comunidade paroquial.
Essa delicada questão, de cunho estritamente pessoal, tem de um lado a opção por ser voluntário, doar-se sem querer nada em troca, sacrificar seus horários, comprando sabe-se lá que tipo de brigas em casa ou com pessoas queridas que reclamam mais atenção. E do outro, aquela necessidade inata que todo ser humano tem de ser reconhecido, de ser valorizado pelo que produz, pelo trabalho que realiza – coisa que, convenhamos, nem sempre acontece, não é? Aliás, muito pelo contrário, já que fofocas, picuinhas, inveja não são situações tão raras assim.
Nesse contexto de merecimento e recompensa, outro caso que merece ser observado é o da Irmã Dorothy, da Congregação das religiosas de Notre Dame. Ela tinha 73 anos, participava da Comissão Pastoral da Terra, lá no oeste do Pará, e acompanhava e defendia com firmeza a vida e a luta dos trabalhadores do campo, que vinham se organizando em torno do desenvolvimento sustentável da região. Num belo dia, o trabalho de Irmã Dorothy foi bruscamente interrompido. Por causa de sua atuação, e pela denúncia da ação predatória de fazendeiros e grileiros que agiam naquele lugar, ela acabou cruelmente assassinada por pistoleiros.
Sendo assim, afinal, diante da ausência do pagamento em espécie, que caracteriza qualquer relação trabalhista, e da quase obrigação que a assiduidade acaba por gerar, cabem duas perguntas: Será o trabalho voluntário praticado nas pastorais uma espécie de escravidão? E será que vale a pena mesmo se doar por alguma causa?

segunda-feira, julho 17, 2006

A traição nossa de cada dia

Discípulos de Judas

Vivemos numa sociedade onde trair é uma prática mais comum do que pode parecer ou se gostaria de admitir. Ao menos uma vez, em alguma situação e pelos mais diversos motivos acaba-se sempre, mais cedo ou mais tarde, traindo a confiança de alguém. Ainda assim, por mais que se reconheça essa fraqueza, o que não é fácil, a figura bíblica de Judas – de quem costuma-se lembrar com mais freqüência quando se fala em traição – continua execrada por nós, católicos.
Em geral, associa-se traição especialmente a dois casos: à delação, da qual, entre tantos personagens históricos, também Jesus foi vítima, expressada simbolicamente pelo beijo de Judas; e àquela, de apelo exclusivamente sexual, caracterizada, por coincidência novamente por beijos, cometida sobretudo entre marido e mulher. Mas estes não são os únicos casos; a relação é bem mais longa.
A deduragem e a infidelidade conjugal certamente merecem posições destacadas numa lista dos mais sérios pecados de traição. São casos tão graves e repudiados pela maioria das pessoas, que produzem uma espécie de marca, de tal forma indelével que mancha igualmente tanto os que as cometem quanto os que as sofrem, de modo que, muitas vezes, nem o arrependimento ou a confissão de autoria diante de um sacerdote, ou a reação, seja diplomática ou violenta, consegue atenuar. Assim, tornaram-se populares as figuras do dedo-duro, do X-9, do corno e do Ricardão.
- Antes de trair o outro, quem comete alguma infidelidade está traindo a si mesmo, a suas promessas, a seus compromissos – ensina Padre Nelson. – A menos que isso seja recorrente, contumaz, a confissão pode ajudar a aliviar a consciência, mesmo não sendo totalmente satisfatório, já que não envolve a pessoa traída. Mas, muitas vezes também, desde que haja arrependimento, contar a traição ao outro pode não ser a melhor solução.
Traição, contudo, não se resume somente à quebra do pacto matrimonial. Qualquer ação que resulte em decepção ou frustração de expectativas é, por conseqüência, uma forma de trair. Quando um filho ou filha tira dinheiro da carteira dos pais, ou quando apanha a chave do carro escondido também está cometendo uma traição. Quando os pais são negligentes e omissos, também estão traindo. Namorados que, cedendo a impulsos, flertam e “ficam” com outras pessoas, igualmente estão traindo. Entre amigos, a fofoca, a revelação de segredos ou a ajuda negada são também modos de trair. E, para não dizer que não se falou de política aqui, o próprio Presidente Lula, no momento assolado por suspeitas comprometedoras, diz sentir-se traído por correlegionários, muito embora, nesse caso, traída mesmo sinta-se a população que votou maciçamente num projeto de governo que não se realizou.
Quem só acredita vendo, costuma dizer que emprega o chamado “teste de São Tomé”. Mas quem trai jamais assume o epíteto de “Discípulo de Judas”. Geralmente apresenta uma história comprida, que pode até explicar, mas nunca justifica de verdade o porque de uma traição. Pode ser a falta de atenção por parte do companheiro ou da companheira, misturado com um (a) colega de trabalho ou de faculdade mais insinuante, acrescido talvez de uma tarde de tédio e pronto: consuma-se a traição. Pode ser ainda um pai ausente ou autoritário; um filho relapso e desinteressado; um patrão insensível – motivos certamente não faltarão para atenuar a culpa daquele que trai.
Mas como explicar essa transformação, afinal ninguém se torna amigo, seguidor, namorado, cônjuge e depois passa a traidor de uma hora para a outra?
As fraquezas naturais do ser humano explicam essa derrocada. Como muitas das nossas traições, a de Judas também começou muito antes de se concretizar naquela infame venda. Seja pelo fim do amor, seja por inveja ou por meros desejos carnais, muitas das nossas traições talvez tenham começado antes – e às vezes nem se tenha dado conta disso.
- A fé e o afeto de Judas por Jesus, no começo, eram sinceros. Mas, num determinado momento, o seu sonho egoísta, o desejo de um Messias rico, com exércitos poderosos, que libertasse o povo judeu do jugo romano, começou a fazê-lo se desiludir – explica Padre Nelson. – E ele acabou entregando Jesus numa forma de puni-lo por isso.
Quando Jesus, percebendo que muitos se afastavam dele, perguntou aos apóstolos se eles queriam ir embora também, Pedro (que também viria a trair Jesus, mas se arrependeria verdadeiramente disso) respondeu: “Senhor, a quem iríamos? Só Tu tens palavras de vida eterna”. Judas, porém, calou-se, sem confessar que, preterindo o reino temporal ao reino de Deus, Jesus havia destruído seu sonho de poder. Esse silêncio, a opção por permanecer junto a Jesus, mesmo desiludido, foi o começo da sua traição. Todo o resto foi conseqüência dessa fraqueza de caráter.
A origem das nossas traições só nós podemos dizer.
(Escrito para O Redentor)

sexta-feira, julho 14, 2006

Era uma vez...

Abraão viveu 175 anos; sua mulher, Sara, 127; Noé, viveu 950 anos; Matusalém, seu avô, 969! Certo, são casos raros de longevidade, mas o que está acontecendo agora é uma verdadeira invasão silenciosa. Hoje, eles estão por toda parte. Atravancam as calçadas com seus passos lentos; não pagam passagem e ainda têm assentos preferenciais nos veículos coletivos; lotam os supermercados; e, absurdo dos absurdos, pagam meia-entrada nos espetáculos teatrais, causando enorme prejuízo às empresas de transporte e aos produtores. E, como se não bastasse, ainda reclamam de tudo. Não se fazem mais músicas como antigamente. Nem cantores, nem novelas, nem atores, nem jogadores de futebol, nem médicos, nem professores, nem presidentes, nada. Bom era o bonde, o cinema Metro, a Sears; engraçado era o Silvino Neto, o Oscarito, o Grande Otelo; linda era a Tônia Carrero, a Sophia Loren; galã era o Errol Flynn; craque era o Zizinho, o Garrincha, o Pelé.
Conceição, eu me lembro... no tempo do Getúlio... Copacabana era a Princesinha do Mar...
Mas peraí. Se atualmente é esse descalabro todo que eles tanto apregoam por aí, essa violência desmedida, essa falta de respeito, essa baixaria, essa incompetência generalizada, por que esse apego renitente a algo tão podre, vil e corrompido; por que essa recusa em sair de cena, passar a bola, entregar o bastão; por que tentar driblar o calendário, usando as roupas da neta, pintando os cabelos de louro, de preto, de vermelho, de azul; por que essa ânsia desesperada por mais um suspiro que vença o enfisema, por mais uma risada mesmo que a boca esteja desdentada, por mais um orgasmo aditivado?
Bem... E sem falar no Cafu...

(Artigo sobre Terceira Idade
escrito para O Redentor,
mas censurado pelo editores)

quinta-feira, julho 13, 2006

Advogados e Deus

Qual a diferença entre Deus e um advogado?
Resposta: Deus não pensa que é um advogado.


O advogado, no leito de morte, pede uma Bíblia e começa a ler avidamente. Renomado espertalhão, todos se surpreendem com aquela conversão e perguntam a ele o motivo. O advogado:
- Ah, estou procurando brechas na lei.


Chegaram juntos ao céu um advogado e um padre. São Pedro mandou o advogado se instalar em uma bela mansão de 800 metros quadrados, no alto de uma colina, com pomar, piscina etc. O padre, que vinha logo atrás, pensou que seria contemplado com um palacete, mas ficou pasmo quando São Pedro disse que ele deveria morar num quarto-e-sala na periferia. Irritado, o velho padre protestou:
- Um sujeito medíocre como esse, simples advogado, recebe uma mansão daquela e eu, um membro da Igreja do Senhor, vou morar nessa espelunca!
Ao que São Pedro respondeu:
- Espero que o senhor compreenda. De padre, o céu está cheio, mas advogado, esse é o primeiro que chega.

quarta-feira, julho 12, 2006

GAME OVER

Eutanásia. Uma espécie de suicídio assistido. Desligar os aparelhos que mantêm viva uma pessoa que sofre, de maneira intolerável, inválida, sobre uma cama. Covardia? Piedade? Revolta? Qual o julgamento mais correto?
Claro, dispor da vida humana é um privilégio só de Deus. Mas apenas quem está entrevado, privado de suas condições plenas, pode opinar com algum conhecimento de causa sobre a questão. Qualquer outra discussão seria meramente filosófica, travada num campo absolutamente abstrato.
Por exemplo, aquele coração que bate forte, que ama, que se emociona, que abriga tanta gente em seu interior, que vibra intensamente nas grandes vitórias do time, que explode na maior felicidade, mas que também sofre, se angustia, que às vezes fica pequenininho, um belo dia, subitamente, falha e apresenta uma inesperada arritmia. Quando percebe, você que se achava tão forte está estirado no leito de um CTI de uma Unidade Coronariana, com o peito coberto de eletrodos, plugado a diversos aparelhos que medem pressão, medem batimentos e apitam por qualquer motivo, você nem sabe porquê; sua mente parece atordoada, suas pernas estão fracas, seus braços furados de tantas injeções. A sua volta, os olhares são graves; as refeições que chegam são sem gosto; para ir ao banheiro, distante menos de dez metros, tem de ser de cadeira de rodas. Nessa hora, por maior que seja a sua fé, você chega a uma triste conclusão: é, estou mal de verdade.
Em seguida, então, um tanto desconfiado, você pensa, lá junto com suas pílulas e suas bolachas de água e sal, nas limitações que, a partir daquele instante, irão passar a reger a sua existência. Pizzas, temperos, escaladas, mergulhos, xingar o juiz, driblar os beques: nunca mais, nunca mais. Como disse certa vez um poeta do rock, seus prazeres agora viraram risco de vida.
Que fazer? Resignar-se e louvar por ainda estar vivo? Sim, é bonito, mas convenhamos que, atormentado, fraco e assustado com sua nova condição, é uma tarefa bem difícil de se fazer.
E a outra opção? Revoltar-se contra Deus, praguejar, resolver acabar de uma vez com o restinho de vida e de força que ainda lhe sobraram, sem pensar na dor daqueles que o querem bem e que sentirão sua falta? Pode ser uma espécie de estranha compensação, uma vingança malcriada contra o destino.
Difícil julgar.
Mas pode ser também que não seja nada disso. Pode ser que optar por morrer, numa circunstância de impotência irreversível, represente uma certeza peculiar de que Deus existe e que aquela força que nos move, que nos faz amar, pensar, criar seja uma fonte de energia inesgotável que nem com a morte pode se extinguir.Então, ao tomar tal decisão, não se trata de desafiar os céus ou de brigar com Deus. É mais ou menos como querer passar para a próxima fase do jogo (a segunda ou a terceira, a se considerar a vida intra-uterina). É uma certeza firme de que a vida continua.
(Escrito para O Redentor)

terça-feira, julho 11, 2006

Teste

Qual o modo certo de ser católico?

Comentando a viagem de Lula e sua diversificada comitiva para o funeral do Papa João Paulo II, o arcebispo do Rio, D. Eusébio vaticinou acerca da religiosidade do presidente do Brasil: “Lula não é católico, mas caótico”. Logo em seguida, o arcebispo de São Paulo, D. Cláudio Hummes, diplomaticamente, saiu em defesa do líder da nação: “Lula é católico a seu modo e inclusive já comungou comigo várias vezes”. Diante de tão delicadas questões que a discussão provocou - ser ou não ser católico, qual o modo certo de ser católico, pode-se ser católico de um modo diferente do que prega o catolicismo -, propomos um teste para você saber exatamente se a religião que vem praticando é a católica mesmo ou apenas mais uma dissidência que pode ser denominada Grêmio Recreativo dos Católicos ao seu Modo.

1- Com qual freqüência você costuma se confessar?
a- toda semana, religiosamente;
b- geralmente antes da Páscoa e do Natal;
c- sempre que sente necessidade;
d- não precisa se confessar, pois, como o presidente Lula, você não tem pecados.

2- É um tremendo domingo de verão, céu azul, sol forte. Você:
a- passa o dia na praia olhando a mulherada de biquíni e falta à missa;
b- faz um churrasco, enche a cara e falta à missa;
c- vai à praia ou ao churrasco, mas, apesar da pele queimada e do ligeiro porre, não perde a hora da missa;
d- precavido, profundo conhecedor de ventos, luas e marés, vai à missa no sábado à noite.

3- No domingo passado foi um tremendo domingo de verão, céu azul, sol forte e você faltou à missa. No outro domingo, você:
a- não comunga, pois considera que pecou;
b- acha que faltar à praia num domingo de verão é que seria pecado, então comunga;
c- comunga duas vezes para compensar a falta do domingo passado;
d- comunga naturalmente, pois se confessou depois de ter faltado à missa no domingo.

4- No almoço de domingo, você comeu uma salada de cebola invocada. Para disfarçar o bafo, você masca um chiclete de menta. Na hora da comunhão, você:
a- gruda o chiclete na parte debaixo do banco sem ninguém ver e vai comungar na maior cara de pau;
b- cospe o chiclete na mão enquanto está na fila e escancara o bocão fedorento na cara do padre, sem piedade;
c- discretamente, rasga um pedaço do folheto da missa, embrulha o chiclete, guarda-o no bolso e recebe a comunhão na mão para aliviar o padre;
d- esconde o chiclete embaixo da língua e comunga na boa.

5- Com que freqüência você vai à igreja?
a- todo dia;
b- aos domingos;
c- em batizados, missas de 15 anos, casamentos e missas de sétimo dia;
d- em vésperas de provas.

6- A missa já começou, você está sentado na ponta do banco, durante a missa chega uma senhora andando com dificuldade e vem sentar ao seu lado. Ela não pede licença, esbarra em você e ainda pisa no genuflexório. Você:
a- bufa, contrariado, limpa o genuflexório ostensivamente e espera a raiva passar;
b- respira fundo e conta até dez para não dar uma bolacha na dona;
c- suspira e reza pela pobre coitada;
d- gruda as mãos no pescoço da velha, transtornado, e depois reza pela alma dela.

7- Tem um importante jogo do seu time bem na hora da missa. Você:
a- vai à missa noutro horário;
b- falta à missa e vai ver o jogo;
c- vai à missa antes do jogo só para rezar pelo seu time;
d- vai à missa, mas leva o radinho de pilha.

8- Você falou para uma amiga tudo o que achava daquela moça de roupa justa que senta no primeiro banco da igreja e que fica o tempo todo de olho no padre. Na hora da comunhão, você:
a- comunga naturalmente, pois falar a verdade não é pecado;
b- não comunga, pois reconhece que se excedeu na fofoca;
c- pensa: “Se a devassa que é a devassa comunga, por que eu não vou comungar?”;
d- entra na fila bem atrás da vagabunda só para ver se ela lambe o dedo do padre na hora de receber a hóstia;

9- No seu prédio tem um casal homossexual. Você:
a- faz um abaixo-assinado para expulsar os boiolas safados do edifício;
b- aceita numa boa, pois acha que importante é amar o próximo
c- como a bicha é até simpática e educada, piedosamente faz uma novena para ela se converter ao heterossexualismo;
d- como a coisa anda feia, além da novena, dá em cima do bicharoco só para ver se ele se converte mais rápido.

10- A maré está mesmo preta para o seu lado. Você:
a- reza para Santo Expedito;
b- acha que só pode ser carma de vidas passadas;
c- procura uma cartomante para ver quando sua sorte vai virar;
d- procura um pai de santo e vai arriar macumba na encruzilhada.

11- Com qual freqüência você invoca a Deus?
a- a todo momento;
b- quando sua mulher está enchendo o saco (“Pelo amor de Deus, cala a boca!”)
c- diante de uma má notícia (“Ai, meu Deus!” ou “Deus me livre!”)
d- quando grita o nome do seu ídolo num estádio de futebol ou num show de rock.

12- Quando passa diante de uma igreja, você:
a- se ajoelha, fecha os olhos e faz uma prece;
b- se benze;
c- se benze três vezes para o caso de o santo não ter visto as primeiras;
d- aproveita e acende uma vela.

13- Em relação a sua presença na igreja, pode-se dizer que você:
a- assiste à missa;
b- participa da missa;
c- aproveita a hora da homilia para colocar o papo em dia;
d- freqüenta aquela missa que seja melhor para paquerar.

14- Com qual freqüência você busca a bíblia?
a- todo dia;
b- sempre que instigado a fazê-lo;
c- não tem bíblia em casa;
d- quando precisa de alguns livros grossos para alcançar a prateleira de cima.

15- Segundo D. Eusébio, Lula não sabe o que é o Espírito Santo. Para você, o Espírito Santo é:
a- o estado ao norte do Rio de Janeiro;
b- Deus em forma de pomba branca;
c- alguém com um espírito muito bom;
d- a representação do amor de Deus.

Eleição



Errar é humano,
mas persistir no erro é... pecado!

segunda-feira, julho 10, 2006

Olho vivo!

Os 10 mandamentos da lei de Deus são:

1. Amar a Deus sobre todas as coisas.
2. Não tomar Seu santo nome em vão.
3. Guardar domingos e festas.
4. Honrar pai e mãe.
5. Não matar.
6. Não pecar contra a castidade.
7. Não furtar.
8. Não levantar falso testemunho.
9. Não desejar a mulher do próximo.
10. Não cobiçar as coisas alheias.

*
E os 7 pecados capitais:
1. Gula
2. Avareza
3. Inveja
4. Ira
5. Luxúria
6. Orgulho
7. Preguiça

Numa esquina qualquer

Por mais religioso que você seja, por mais que vá à missa, se confesse, participe de grupos de oração e mantenha o pensamento permanentemente voltado para Deus, não há como negar. O pecado o espreita a todo instante. O germe maldito está escondido num ponto remoto do seu cérebro, num cantinho secreto do seu coração. E pode alcançá-lo numa esquina qualquer, na praia, no escritório ou acenar insinuantemente de uma janela bem perto de você.
Uma vez que não existem categorias diferentes de católicos, ou se é ou não se é, não existe meio termo, não se pode menosprezar nunca a ação do inimigo no nosso dia-a-dia, ou achar que, dependendo do número de Pai-Nossos que se reza, está-se menos ou mais propenso a quedas. O caminho é árduo, pantanoso e cheio de curvas.
Sempre existe a gula, numa alamêda de shopping ou no trabalho, o quero mais, a compulsão. Sempre há a tendência a se eximir de culpas, a ambição incontrolada. Sempre há um remoer interior que se traduz naquela pontinha de mágoa secreta. Sempre existe o autoritarismo, o perfeccionismo, a intransigência cega. Há sempre diante de nós uma sainha curta, uma calça apertada, pernas torneadas, decotes ousados, bíceps avantajados, vozes e olhares sedutores a desviar mesmo os pensamentos mais contritos. Existe sempre, ainda, a vaidade excessiva, a cabotinagem. E, também, a indolência, a negligência, a modorra. Quer dizer, todo cuidado é pouco, a vigilância deve ser permanente, com a vulnerabilidade dos nossos pneus carecas o risco de derrapagem é constante.